sexta-feira, 13 de março de 2009

Criticado no Brasil, Márcio Garcia é premiado nos Estados Unidos

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Márcio Garcia sabe bem o significado do dito popular "santo de casa não faz milagres". Alvo de comentários maldosos por conta de sua atuação como Bahuan, em Caminho das Índias, personagem taxado por muitos como inexpressivo, o ator segue nesta quarta-feira (11) para os Estados Unidos, onde receberá o prêmio Excellence in Acting, do Los Angeles Film Festival, por conta de sua atuação no longa Carmo.

O filme, que estreou com sucesso no Festival Sundance, em janeiro deste ano, é dirigido por Murilo Pasta e foi rodado nas estradas do Mato Grosso do Sul. Carmo (Mariana Loureiro) é o nome da protagonista, de 22 anos, que se apaixonada por Marco (Fele Martinez), um homem paraplégico. Ao rodar as estradas juntos, eles acabam se deparando com marginais, interpretados por Seu Jorge (um homossexual ninfomaníaco) e Márcio Garcia (um bandido de nome Angel).

Enquanto terminava de arrumar suas malas para a viagem até Los Angeles, Márcio Garcia conversou com O Fuxico sobre o filme Carmo e sobre Caminho das Índias, novela das nove da Globo. Confira!

O Fuxico - Foi uma supresa receber esse prêmio por sua atuação, especialmente quando é tão criticado no Brasil por causa de Bahuan?

Márcio Garcia - Meu personagem no filme Carmo (Angel) é totalmente diferente de mim, no jeito e no físico. Tem nariz torto, é bandido, mas me dediquei a ele de forma completamente verdadeira. Assim como me dediquei a Bahuan. A diferença é que, no filme, gostaram do que consegui mostrar.

O Fuxico - Mas você não fica chateado, quando falam de seu desempenho com o personagem Bahuan?

MG - Não dá para agradar todos. Sempre haverá alguém que vai gostar, ou alguém que vai falar mal do que a gente faz. O jeito é se dedicar ao trabalho com total vontade, e nunca faltar com a verdade. A mesma atenção que dei ao meu personagem em Carmo, dei também para Bahuan.

O Fuxico - Então, como explica essa rejeição?

MG - Eu consegui dar para o Bahuan a mesma inexpressão que um dalit (intocável) tem na Índia. Por exemplo, eles não olham diretamente para uma pessoa, justamente porque são intocáveis, considerados inferiores na sociedade indiana. Ele nunca perdeu esse sentimento de inferioridade. Isso alguém da Índia consegue ver. Mas, é muito difícil para um ocidental, acostumado com um modo de agir completamente diferente, compreender essa inexpressividade do personagem. Acabam confundindo (com má atuação).

O Fuxico - Você deixou uma carreira de total sucesso como apresentador de tevê, na Record, para se arriscar novamente como ator. Se arrependeu?

MG - Posso dizer que estou muito feliz e vivendo um excelente momento. Procuro fazer todos os meus trabalhos com muita intensidade, dando o melhor de mim.

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